Sintomas
Os sintomas da polimiosite são semelhantes em todas
as idades, mas a doença, em geral, desenvolve-se de maneira mais abrupta nas
crianças do que nos adultos. Os sintomas, que podem começar durante ou
imediatamente depois de uma infecção, incluem fraqueza muscular
(particularmente nos braços, ancas e coxas), dor articular e muscular, fenômeno de Raynaud, erupção cutânea, dificuldade na deglutição, febre, cansaço e perda
de peso. A fraqueza muscular pode começar lentamente ou de maneira repentina e
piorar ao longo de algumas semanas ou meses. Dado que os músculos próximos do
centro do corpo são os mais afetados, tarefas como levantar os braços acima
dos ombros, subir escadas e levantar-se de uma cadeira podem ser difíceis. Se os
músculos do pescoço forem afetados, será quase impossível levantar a cabeça da
almofada. A fraqueza nos ombros ou nas ancas pode confinar a pessoa a uma
cadeira de rodas ou à cama. Os músculos lesados na parte superior do esófago
causarão dificuldade para a deglutição dos alimentos e para a regurgitação dos
mesmos. Contudo, os músculos das mãos, dos pés e da cara não são afetados. Aparecem
dores e inflamação das articulações em quase um terço das pessoas afetadas. A
dor e o inchaço tendem a ser ligeiros. O fenômeno de Raynaud manifesta-se com
muita frequência nas pessoas que sofrem de polimiosite juntamente com outras
doenças do tecido conjuntivo. A polimiosite não afeta, em geral, órgãos
internos, exceto a garganta e o esôfago. Contudo, pode afetar os pulmões,
causando falta de ar e tosse. Também podem aparecer úlceras do estômago ou do
intestino, que podem causar fezes sanguinolentas ou negras, com mais frequência
em crianças que em adultos. Na dermatomiosite, as erupções cutâneas tendem a
aparecer ao mesmo tempo que os períodos de debilidade motora e outros sintomas.
Pode aparecer na cara uma erupção cutânea de cor vermelho-escura (eritema
heliotrópico), assim como um inchaço de cor vermelho-púrpura à volta dos olhos.
Outro tipo de erupção cutânea, que pode ser escamosa, lisa ou em relevo, pode
aparecer em qualquer parte do corpo, embora seja mais frequente nos nós dos
dedos. A base das unhas pode ficar avermelhada. Quando as erupções cutâneas se
desvanecem, pode-se manifestar uma pigmentação pardacenta, cicatrizes, ou
manchas pálidas por despigmentação da pele.
Diagnóstico
Há certos critérios que são utilizados para
estabelecer o diagnóstico: fraqueza muscular nos ombros ou nas ancas, erupção
cutânea característica, aumento dos valores de certos enzimas musculares no
sangue, alterações características no tecido examinado ao microscópio e
anomalias na atividade eléctrica dos músculos, o que se mede com um
instrumento chamado electro miógrafo. Podem ser necessárias análises especiais
sobre amostras do tecido muscular para afastar outras alterações que afetam os
músculos. Os exames laboratoriais são úteis, mas não podem identificar a
polimiosite ou a dermatomiosite de forma específica. Os valores de certos
enzimas musculares no sangue (como a creatinoquinase) são, com frequência,
superiores ao normal, indicando uma lesão muscular. Estes enzimas medem-se
periodicamente em amostras de sangue para controlar a doença. Em geral, esses
valores voltam à normalidade (ou quase) com um tratamento eficaz. Podem ser necessários
um exame físico e outros adicionais para determinar a possível presença de um
cancro.
Tratamento
A restrição das atividades é útil na maior parte
dos casos de inflamação muito intensa. Em geral, um corticosteroide (habitualmente prednisona) administrado por via oral em doses elevadas
restabelece lentamente a força, alivia a dor e o edema, controlando desse modo
a doença. Ao cabo de 4 a 6 semanas diminui-se a dose de forma gradual, quando
os valores no sangue dos enzimas musculares voltarem aos números normais e se
restabelecer a força muscular. A maioria dos adultos deve continuar com uma
dose baixa de prednisona durante muitos anos, ou inclusive indefinidamente para
evitar uma recidiva. No caso das crianças, o tratamento pode ser interrompido
um ano depois sem que reapareçam os sintomas. Por vezes, a prednisona piora a
doença ou então não surte qualquer efeito. Nestes casos administram-se
medicamentos imunossupressores em lugar da prednisona ou além desta. Quando
estes medicamentos são ineficazes, deve-se administrar gamaglobulina por via
endovenosa (substância que contém grandes quantidades de diversos anticorpos). Quando
a polimiosite está associada com um cancro, em geral não responde bem à
prednisona. Contudo, o estado do paciente melhora se o cancro for tratado com
sucesso. Por outro lado, existe risco de morte
para os adultos com doença grave e progressiva, dificuldade na deglutição,
desnutrição, pneumonia ou insuficiência respiratória.
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